sexta-feira, 1 de março de 2013

O Poema da Árvore

Sei que nunca verei poema mais belo e ardente,
Do que uma árvore; uma árvore que encerra
Uma boca faminta aberta eternamente
Ao hálito sutil e flutuante da Terra.

Voltada para Deus todo dia, ela esquece
Os braços a pender de folhas, numa prece.
Uma arvore, que ao vir do estio morno, esconde
Um ninho de sabias nos cabelos da fronde.

A neve pôe sobre ela o seu níveo diadema
E a chuva vive na mais doce intimidade
Do tronco, a se embalar nos galhos seus.
Qualquer mortal como eu sabe fazer um poema.
Mas quem sabe fazer uma árvore? Só Deus.

Joyce Kilmer/Tradução: Olegário Mariano



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