sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Encantado


Obrigado por fazer-me sentir mais vivo,
Senhor de auroras e jardins floridos.
Por me sentir renascido, redivivo.

Obrigado por pendurar estrelas
No breu de minha noite, luares,
Pontos cardiais, cruzeiros do sul,
Apontadores de lugares e ilhas...

Obrigado filha de Netuno, sereia,
Do canto encantado, sedutora.
Ser de outro mundo, conto de fada.
Fênix alada renascida das cinzas,
Que refez minha vida do nada.

Fábio Murilo, 27.08.2014 

Noturno - Augusto dos Anjos/Othon Bastos

domingo, 24 de agosto de 2014

Flor


Tua juventude tem o fulgor
Das primeiras horas do dia,
O frescor da flora orvalhada,
O sabor da fruta amadurecida no tempo.

É só encantamento teu semblante
Onde o riso acontece fácil, brota puro,
Enraizado nas profundezas do amago.

Tens a beleza discreta, ética,
Das margaridas do campo.

Fábio Murilo, 29.01.2014

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Ora Direis Ouvir Estrelas - Olavo B./Juca de Oliveira

Sociedade dos Poetas Mortos - Trecho

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Modelo de Pessoa


Pra você viver é simples,
É limpo, é claro.
Cabeça nas nuvens
E os pés no chão.
Resolve com aptidão
A difícil equação do existir.
Em tua concepção plena
Não existe dilema,
Nem confusão.

Criança adulta,
Não age com maldade,
É pura convicção.
É rosa na roda viva,
É brisa na tempestade.

Fábio Murilo, 13.08.2014

Minha Culpa - Florbela Espanca/Miguel Falabella

Motivos - Cecilia Meireles/Fagner

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A Companhia


Pressinto no vazio das horas,
Tua companhia solidaria,
Consubstanciada na brisa.

Tuas atenções e intenções
Cercam-me e me acalmam
E me dá segurança
Qual uma redoma de vidro.

Suponho avisos, alentos,
Uma interação inestimável,
Uma transmissão de pensamento.

Sinto-me mais forte, tenho um norte,
O dia é ameno, menos sofrido.
Pois sei que nesse deserto,
Tem oásis por certo
Com sombra boa e afável.
E o viajante resiste
Ao saber que existes.

Fábio Murilo, 08.08.2014

Vem Sentar-te Comigo Lídia à Beira do Rio

El rostro de la mujer a traves de 500 años de arte

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Acordei numa Boa


No presente o momento está bom.
Lá fora o pássaro canta,
O dia está claro, como num sonho.
Tudo, confortavelmente, estabilizado,
Em seu lugar devido,
Nessa manhã de vidro.

Meus pulmões respirando
A plenos pulmões,
O coração, formidavelmente,
Prolongando minha existência
Além do imediato instante.

O quarto de paredes claras,
O teto de pintura clara,
A vida tão clara...
Vontade de não ter vontade,
Apenas continuar parado
Como quem fica sentado
Contra a corrente
Olhando as águas
Passarem de lado.

Fábio Murilo, 05.08.2012